Instituiu-se o uso do véu no século VI, na Arábia, para que as muçulmanas também gozassem da mesma dignidade.
Seu uso simbolizava a elevação espiritual da condição feminina, assim como o turbante concedia aos homens a sacralização da cabeça.
Com o tempo, o véu - burkas, xadors e abayas - veio a cair nas mãos de uma intolerância patriarcal cada vez maior, tornando-se motivo de apologia entre os fundamentalistas: wahabbitas da Arábia Saudita, radicais xiitas do Irã pós-Khomeíni, talibãs afegãos e guerrilheiros do Hamas, na Palestina. Para estes, o véu se tornara uma arma de controle e exclusão da mulher, privada de escolha quanto à sua própria indumentária. Países como o Iraque e o Líbano, nas últimas décadas, promoveram uma progressiva libertação do corpo feminino e de seus costumes.
Hoje em dia, esta questão se reverte, pois muitas mulheres muçulmanas passaram a reivindicar o uso do véu, tanto no Oriente Médio quanto na Europa, como uma afirmação de sua identidade religiosa e como um ato de resistência cultural.
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O xador ou chador é uma veste feminina que cobre o corpo todo com a exceção do rosto. O termo xador refere-se à veste usada no Irã, e obedece ao hijab, o código de vestimenta do Islã. |
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O niqab é um véu que cobre o rosto e só revela os olhos, usado por algumas mulheres muçulmanas; o niqab pode cobrir também os olhos com um tecido transparente. Geralmente é feito de algodão ou poliéster, tendo no preto a sua cor mais comum. É frequente nos países da Península Arábica, mas também pode ser encontrado em outros países de tradição religiosa muçulmana. As mulheres que o usam são chamadas de niqabi ou munaqaba. |
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Hijab é o conjunto de vestimentas preconizado pela doutrina islâmica. No Islã, o hijab é o vestuário que permite a privacidade, a modéstia e a moralidade, ou ainda "o véu que separa o homem de Deus". O termo "hijab" é, por vezes, utilizado especificamente em referência às roupas femininas tradicionais do Islã, ou ao próprio véu. |
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A abaya "manto" é longa sobre vestuário , essencialmente, um manto como o vestido, usado por algumas mulheres em algumas partes do mundo islâmico . |
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A burqa ou burca é uma veste feminina que cobre todo o corpo, até o rosto e os olhos. É usada pelas mulheres do Afeganistão e do Paquistão, em áreas próximas à fronteira com o Afeganistão. Sob o véu, iranianas 'turbinam' o visual O uso do tradicional "chador" - um véu largo e comprido que cobre a cabeça e o corpo - é obrigatório, de acordo com a Sharia, lei imposta após a Revolução Islâmica de 1979. As mulheres que desrespeitam a lei podem ser multadas, chicoteadas ou presas. Mas isso não impede que as iranianas se preocupem com a beleza. Hoje, um crescente número delas estão se submetendo a cirurgias por um novo nariz ou uma barriga sequinha, lipoaspirações, liftings das pálpebras (procedimento que retira o excesso de gordura) ou colocando próteses de silicone. Dezenas de centros de beleza, incluindo spas e salões, se multiplicaram em Teerã (a capital e principal cidade da República Islâmica do Irã a antiga Pérsia ) com a promessa de melhorar a aparência feminina. |
As mulheres, por sua vez, precisam da permissão do marido para trabalhar ou viajar para o exterior e estão em situação de desvantagem em relação aos homens quando o assunto é divórcio ou direitos de custódia.
Mas com o maior número de mulheres com grau superior em relação ao de homens, o sexo feminino tem mais direitos e oportunidades do que em muitos outros países do Oriente Médio. Muitas mulheres são donas do próprio negócio e ocupam importantes cargos executivos. Elas podem exercer praticamente todas as profissões, com exceção de juiz ou presidente de um país.
A socióloga Mahtab Sarvari disse que o número crescente de mulheres que pagam para melhorar sua aparência é parte de um esforço para melhorar seu papel na sociedade. “As mulheres iranianas estão se tornando mais e mais independentes. Dar mais atenção à aparência é parte desse processo”, avaliou ela.
By Sandra
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